Há uns anos, quando me dedicava à observação de aves em pleno Inverno, lembro-me de ver uma cena que nunca mais esqueci (há mais de 10 anos, ainda antes da ria em Cabanas ter sido completamente dragada) e que consistia ver aves de três espécies diferentes todas no mesmo local a usarem de técnicas de pesca diferentes para capturaram as mesmas presas: peixes.
Então era de ver andorinhas-do-mar, mais garças brancas e corvos marinhos a fazerem uso de cada uma das suas técnicas de pesca altamente especializadas e adquiridas durante milhões de anos de evolução para obterem o mesmo resultado: alimentarem-se de peixe.
Os corvos marinhas nadavam à superfície e desapareciam de repente, mergulhando para apanhar o peixe, ressurgindo à superfície também de forma súbita. As garças, andando com metade das patas dentro de água punham-se como que a dançar para não perderem de vista o peixe que depois capturavam lançando os seus longos bicos na água, fazendo uso do seu longo pescoço flexível para dispararem em direcção ao peixe. As andorinhas do mar, por fim, pairavam no ar, preparando-se para, em voo picado, mergulharem lançadas como mísseis para dentro de água para capturarem os mesmos peixes.
Havia uma quarta espécie de ave, pela qual não tenho a mínima consideração e cujo nome da espécie nem vou referir aqui, mas que facilmente se deduz pelo que vai ser dito de seguida: limitavam-se a ficar quietas no mesmo local, sempre à espera da oportunidade que ocorresse no momento certo para poderem lançar o seu assalto às pobres aves que trabalhavam para sobreviver de forma a retirarem-lhe o peixe que tão dificilmente tinham obtido. Sem dó nem piedade, avançavam para a rapina retirando, no caso das adorinhas-do-mar, o próprio peixe em pleno voo.
Estas aves nojentas, que ocorrem por todo o lado no nosso país, deveriam ser extintas da face da terra. Já há anos que em parques naturais se tenta controlar esta praga, fazendo uso de iscos envenenados. Mas mesmo assim não dá resultado: estas aves nojentas alimentam-se de praticamente tudo, desde resíduos das lixeiras até ao milho dos pardais. Detesto estas aves: o guincho delas faz lembrar outro animal que eu também nada prezo e que ocupa um nicho semelhante, mas na savana africana: a hiena. Tal como os indivíduos da espécie cujo nome não suporto citar, vivem apenas e só da rapina e não fazem nada para merecerem existir. Deviam também serem completamente exterminadas! Isso e muitas outras espécies, que vivem connosco nas cidades, mas acho que toda a gente sabe do que se trata!
2 Comentários:
não curti esse insulto às andorinhas do mar
não entendeste o texto do post. Quem deviam ser eliminadas não são as "andorinhas-do-mar", mas sim "...uma quarta espécie de ave" que acho que pelo sentido do texto, se depreende bem de qual se trata, não vou estar aqui a dizer qual é.
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