quarta-feira, agosto 18, 2010

Um dia que não foi rotineiro

Lisboa costuma ser uma cidade bastante calma neste mês de Agosto, em que todo o seu trânsito desaperta bastante daquela confusão costumeira em todos os restantes meses do Ano, uma vez que nesta altura a maior parte dos habitantes da capital encontram-se a calcorrear as estradas do litoral algarvio. Apesar de tudo, tem sido neste mês que tenho percorrido as estradas da capital, uma vez que não tenho férias este mês. Este teria sido mais um dia corriqueiro como outro qualquer na capital, se não fosse por dois acontecimentos: primeiro, ao atravessar Monsanto, depois de passar por cima da A5 e virar na rotunda do lado norte na direcção para Benfica, deparo-me com um esquilo em agonia na berma da estrada. Coitado do bicho, estava no estertor da morte, pois devia ter levado uma pranchada de outro automóvel há menos de cinco minutos, da qual não saiu ileso, muito pelo contrário, custou-lhe a vida. Para mim ver um esquilo ainda é uma coisa do outro mundo, tipo ver um unicórnio, porque no Algarve de onde sou natural não há esquilos. Por isso fiquei muito transtornado, quando vi bichinho tão engraçado a morrer ao lado da estrada. E eu fiquei com ideia que já tinha deparado com o mesmo esquilo outro dia, porque de manhã, quase no mesmo local, um esquilo, por sinal o mesmo, ia-me pregando um valente susto quando vi uma coisa com orelhas e rabo comprido peludo aos saltos para dentro da estrada. Mas, pelos vistos, e infelizmente, desta vez não teve a mesma sorte de outro dia. Infelizmente, para o nosso amigo esquilo, que neste momento já deve estar aos saltos algures numa árvore dos jardins do Éden. Mas falta o segundo acontecimento, do qual já me ia esquecendo de relatar aqui: já depois de sair de Monsanto, e depois de passar pela igreja de São Domingos de Benfica, a estrada que desce de Monsanto vai-se juntar à estrada de Benfica depois de passar por baixo em viaduto por baixo da linha de comboio. Nesse local, para quem vai em direcção à estrada de Benfica, a estrada em vez de duas faixas passa a ter apenas uma. Pois, nesse mesmo local, um fulano num automóvel branco comercial, ultrapassa-me perigosamente antes de se fazer à curva para depois subir em direcção à estrada de Benfica. Claro que não estava à espera era com o que me deparei de seguida, o fulano devia ir apressado por este ou aquilo motivo, e desaparece imediatamente na curva. Mas qual não é o meu espanto quando vejo o mesmo fulano, já depois da curva, lá em cima, já a sair do viaduto, parado sem mais nem menos em frente a um sinal verde, não sei à espera do quê. Quer dizer, o senhor fulano estava com tanta pressa que primeiro me faz uma ultrapassagem perigosa, mas depois está parado sem mais nem menos, à espera que chova, num local onde menos se espera. Claro que eu achei que deveria ser merecedor de uma buzinadela, e presentei-o com o devido som. Não tava era é à espera de ser presenteado imediatamente com um braço peludo a estender-se para fora do vidro lateral esquerdo e a mostrar o viril dedo do meio na posição desejada. Mas, obviamente, e depois de se dar por satisfeito, o proprietário do dito braço voltou a recolher-se para dentro do seu automóvel... Enfim, e passou-me pela mente, antes de acontecer os ditos factos, a preocupação de não actualizar este blog já há algum tempo e, de um momento para o outro, como que querendo atender às minhas preces, o Destino decidiu (e infelizmente para o esquilo, que foi desta para melhor) presentear-me com dois acontecimentos merecedores de passarem à posteridade neste local!