Outra alma atormentada foi a do o escritor checo Franz Kafka, que, por estranho capricho do destino, faleceu, tal como Edgar Allan Poe, com apenas 40 anos, resultado de uma epidemia de tuberculose. Levou uma vida conturbada em Praga. Era descendente de uma família judia, como muitos outros grandes nomes do seu tempo.
A sua literatura é tão peculiar que foi cunhado um adjectivo para designar o seu estilo – kafkiano – que trata do estranho infortúnio que atinge todas as nossas vidas, que Kafka, considerava, no seu caso pessoal, mais grave do que a dos outros.
De tal forma sustentava essa vida sobre sim emso, que acabava por falar dessa sua “estranha” vida em todas as suas histórias – passando pelas personagens centrais dos seus contos, desde Gregor Samsa n'A Metamorfose, passando por Joseph K. em O Processo, e simplesmente 'K' em O Castelo. Em todas elas, as suas personagens acabam por sucumbir a um desfecho fatal, depois de atribulações consecutivas, resultado do insólito e do bizarro.
Considera-se hoje, pelos temas abordados e atitude na escrita, que seria como que uma válvula de escape das suas frustrações, que Kafka teria ansiedade social, que consiste, basicamente, em ser susceptível ao julgamento dos outros, coisa que todos nós temos, mas que no seu caso pessoal, transcenderia dos limites da normalidade.
Basicamente, seria alguém estranha e exageradamente preocupado em qualquer acção que pudesse provocar reprovação em relação à sua pessoa por parte dos outros. Tudo isto se revela na sua literatura, pois os seus personagens são alvo da chacota e do temor, para além de serem alvo de acontecimentos trágicos, como que sendo castigados por crimes que nunca cometeram.
Isto é então demasiado evidente n'A Metamorfose, talvez a mais carismática das suas obras, onde o personagem principal acorda transformado num enorme e desprezível insecto – resultado da imagem negativa que Kafka julgava que os outros tinham de si. Imagem essa, que seria, basicamente, a de um monstro.
... foi -o Edgar Allan Poe, escritor e poeta norte-americano da primeira metade do século XIX, é considerado um dos percursores dos romances de terror ("O Poço e o Pêndulo"), fantástico ("O Corvo"), ficção científica e policial ("O crime da Rua Morgue"). Levou uma vida conturbada, morrendo na miséria com apenas 40 anos de idade! Terá servido para pagar o preço da sua influência, a qual tem levado muita gente a conhecer a obra deste romântico estado-unidense.
Que tenha encontrado descanso junto na morte, ao menos...
Brevemente (dia 19) serão completados 200 anos no do seu nascimento.
Vale a pena relembrar o seu grande poema «The Raven», traduzido para português em «O Corvo», por nada mais nada menos que o grande Pessoa!
Foi a ligação que aprendi hoje. Senão sabia, fiquei a saber. Nunca mais volto confiar em tipos destes. Mas até nem foi uma coisa muito grave. Fui burlado por uma miúda cigana em 50 cêntimos ao adquirir o Almanaque 'Borda d'Água'. Não olhei para o preço da capa, foi o meu erro. Devia ter olhado. Deixa estar. Para a próxima não levam nada.
Hoje aconteceu, ao estar de pé à espera de uma pessoa em frente ao Saldanha Atrium, e, como não tinha mais nada para fazer, ficar a contemplar toda a Avenida da Repúlica, que é possível vislumbar (quase) na sua plenitude desde o Saldanha até lá ao fundo, onde se divisa (já mal) a passagem superior da estação de comboio de Entrecampos. Foi curioso, e não tão inesperado, ver que todos os semáforos da Avenida da República fecham simultaneamente. Como disse, não é inesperado, é lógico que assim seja. Todas as viaturas que vêm das transversais é suposto escoarem ao mesmo tempo de forma a que se cada transversal fosse aberta ao movimento de cada vez, indepentemente, tudo seria uma enorme confusão.
Mas é um espectáculo engraçado, ver todos os semáforos da Avenida da Liberdade, passar a vermelho simultaneamente.
Vejo nisso algo de metafórico para as nossas vidas, já que existem muitos sinais vermelhos durante as nossas vidas que nos ajudam a refrear os nossos ímpetos, obrigando-nos a parar para pensar melhor antes de acelerar, mas sabemos, que mais à frente, já vai estar mais outro sinal vermelho, prontinho a reter-nos por mais uns momentos. E depois outro, e mais outro.
Se formos a pensar bem, dá jeito pararmos um pouco antes de voltar a acelerar. Mas já sabemos que depois vamos ser parados novamente mais à frente. Temos que estar preparados para isso. Ir sempre a abrir sem paragens pode levar a acidentes e faz com que descuremos ser prevenidos. Os semáforos, estão lá, prontinhos, nas nossas vidas, prontos a dizer-nos para parar quando é necessário!
Contados os segundos que faltavam, comidas as passas (por mais difíceis que sejam de tragar), eis que estamos todos de volta aos nossos postos de trabalho. Agora é para começar a sério, despir os fatos de convivas em festanças e festarolas, vestir o casaco (porque ainda está frio lá fora), ir para o transporte e correr para o trabalho. Voltar ao quotidiano e ao pão-nosso de cada dia, é o que nos sobra. E não esquecer de substituír o algarismo "8" pelo "9" quando estivermos a escrever o ano quando tal for necessário (a preencher impressos, nas cartas, etc.). É um gesto mecânico daqueles automatismos que preenchem o nosso dia e dia e fazer para pensar. Também não é nada difícil, mas muita gente hoje provavelmente vai cometer esse engano - colocar ainda o 8 em vez do 9 - e depois resignar-se em que ter de corrigir o erro, se for com lápis ou caneta, é sempre mais difícil do que num computador, neste caso basta usar o "Backspace" ou Ctrl+F, se for apenas um ou então para mais do que um!
Não sei quando é dia de reis - se já hoje, ou só amanhã, mas lá vamos ter que desmanchar a árvore, o presépio, tirar os desenhos dos miúdos da parede, lá vai tudo para o fundo de uma gaveta, onde vão ficar a ganhar pó até daqui a onze meses, quando voltarmos todos a ficarmos felizes e contantes, para uma nova quadra natalícia. Aí os símbolos desta quadra terão então mais uma nova oportunidade!
Um bem haja a todos os que se portaram bem e mal este natal. Neste ano, ou lá para o fim dele, haverá mais...!
Agora, voltar ao trabalho, é o que interessa, e que dia é hoje ? Ah, 5 de Janeiro de 2008! Hã, grr, enganei-me! Que se lixe, vou deixar ficar assim mesmo!
Um novo ano
Um novo começo
Uma nova oportunidade de recomeçar...
Que novas coisas este novo ano nos oferece ? Coisas boas e coisas más, como é habitual!
Quando começamos de novo, temos vontade de fazer tudo o que antes não pudemos fazer, já que é esta é a nova oportunidade para um novo começo!
Vem a propósito disto, quando era criança, no ano novo de 1990, pus na cabeça uma ideia “maluca”: registar todos os eventos noticiosos em Papel – consistia, em, logo a seguir a iniciar o Telejornal, e, enquanto o jornalista ia relatando as notícias do dia, ir passando para o papel tudo aquilo que o jornalista ia dizendo, desde as notícias mais escabrosas, com acidentes e atentados terroristas, passando pelos eventos desportivos até aos “fait-divers”, que normalmente encerram os noticiários. E ia apontando tudo aquilo, tentando não ir perdendo nenhuma pitada daquilo que o jornalista ia dizend - mas é claro, não conseguia ir apanhando tudo! Mas a maior parte dos pormenores não deixava escapar, lembro-me de registar informação a respeito das eleições presidenciais na Nicarágua, que acabaram com a deposição dos sandinistas, que culminou com a vitória história de Violeta Chamorro, até agora a única mulher líder de um governo na América Central. Ainda tive a oportunidade de registar para a posteridade a libertação histórica de Nelson Mandela, o início da cadeia de acontecimentos que teve como desenlaço o final do apartheid na África do Sul. Tudo isto há 19 anos, tinha eu doze anos. Dei ao nome dos escritos que ia recolhendo o nome de “Agenda 90”, como se de uma agenda se tratasse - apesar, de bem vistas as coisas, não poder ser considerado uma agenda - era mais uma resenha dos factos históricos, relatados a nível diário.
Obviamente que aquilo não iria durar muito – tal era a azáfama com que todos os dias ia escrevendo e registando todos os acontecimentos . Mas a minha necessidade de registar era por sentir que a cada dia que se passava, se estava fazendo história – a União Soviética estava moribunda desde que Gorbachev tinha lançado a sua perestroika – e que iria culminar na reunificação alemã. Muita coisa foi acontecendo nesses poucos meses desse já distante ano de 1990. E que tudo isso merecia estar registado no papel.
Penso que consegui registar tudo até ao mês de Março desse ano, depois não me lembro de mais nada do que fiz, nem sei o que aconteceu no fim com todas as folhas de papel, devem-se ter perdido, como foi destino da maior parte dos meus escritos de infância, com excepção de um ou outro caderno, que eu conseguir resgatar de ir também para o caixote do lixo dos tempos que passam e levam tudo atrás...
Dava a impressão que, à medida que estávamos a caminho do século XXI, a humanidade iria finalmente conhecer a paz, todos os líderes mundiais parecia que tinham entrado de acordo que a Humanidade iria entrar no novo século conhecendo a paz – mas qual quê! Bastou passar uns meses (nove) do primeiro ano do século XXI para acabar com essa ilusão.
É o nome que dou a esta estranha noite que não pertence a um único ano - mas sim a dois (o que começa e o outro que acaba)!
Isto parece ser o motivo para (alguma) boa gente justificar comportamentos que vão desde o mais insólito até ao mais reprovável (das duas escolham, qual preferem ?!).
Durante a noite, em frente à casa de hóspedes , já depois do fogo de artifício ter terminado de que dou conta num post aqui próximo, um grupo de cerca de uma vintena de jovens, machos e fêmeas da espécie que se auto-intula Homo sapiens, parecia estar naquilo que parecia um concurso de grunhidos, querendo, entre si, parecer estar a querer demonstrar qual o grunhido mas cativante para vencer o adversário mais chegado, ou querer cair nos amores de uma fêmea mais próxima. Infelizmente, para muita pena deste outro exemplar da mesma espécie a que esses jovens pertenciam e que vos escreve estas linhas, relatando-vos estes factos extraordinários, não me é possível dar conta do(s) vencedor(es) de semelhante(s) disputa(s), e qual(is) o(s) prémio(s) auferido(s).
Mais tarde, já noutro dia, o 2, quando ia conduzir, fiquei estupefacto, ao passar na rotunda do Mato de Santo Espírito - de deparar com um carro enfiado dentro da placa central da rotunda, num sítio onde não é suposto estar nenhum carro, mas sim apenas vegetação e qualquer coisa que sirva para embelezar uma rotunda, com uma estátua ou com dedicação a alguma coisa - tudo menos um carro acidentado que possa servir como enfeite de rotunda. Não sei como foi lá parar, se teria sido alguma alma caridosa que não se tenha importado, de bom coração, de fazer uma contribuição pessoal e sui generis para decorar uma rotunda construída ainda muito recente e ainda carente de tal coisa. E para encontrar vontade de executar tal feito deve ter precisado de uma determinada quantidade dessa extraordinária substância conhecida como alcool etílico, e que leva os indivíduos sob efeito de semelhante substância a autênticas manifestações de criatividade que nem lembra ao demo!
O que é certo é que depois mais tarde no mesmo dia já não tava lá nada. Que pena! Até se estava a revelar como uma decoração muito original!
Foram estes os episódios que eu tenho a relatar de minha sorte, provavelmente vocês também terão os vossos!
... pois é! Para além de ser uma boa desculpa para as loucuras cometidas durante a última noite, serve também para nos lembrarmos quando formos escrever a data colocar um nove em vez de um oito no dia final. Mas também existem outras coisas que fazem a pena lembrar este dia, como tal aqui se constata: