Pois é, decidi-me por
criar mais um blog, contando agora já com quatro blogs, este especialmente dedicado a um tema no qual decidi-me empenhar nos últimos meses: a Rota da Costa, que consiste em ligar a pé, ao longo da costa continental portuguesa, o norte ao sul de Portugal, mais concretamente da foz do Guadiana, a sul, à foz do Minho, a norte, seguindo através da costa marítima nacional do continente. Comecei no passado dia 22 de Abril, através de um percurso entre Cascais e o Guincho, de que dou conta
nas fotos do Flickr . Continuei este percurso nos meses seguintes. Tendo ao todo, no lado norte do Tejo, percorrido ao todo de Belém ao Guincho, portanto, praticamente toda a zona costeira da Linha de Cascais.
Quando mudei de quarto para a margem sul, aproveitei a oportunidade para continuar o percurso, tendo alcançado hoje a praia da Fonte da Telha, tendo começado na Costa da Caparica. Fiz ao todo 12 km caminhando pela areia em 2h30m, sem pausas. No Algarve, fiz em Junho (não recordo o dia) 20 km entre a Ponta da Areia, ponto extremo da costa portuguesa junto da foz do Guadiana até ao sítio da Fábrica, em Cacela. Só não consegui alcançar a minha morada em Cabanas por causa do ribeiro do Junco estar na maré alta e também por causa das bolhas nos pés e das cãibras que se iam acumulando. De todos estes percursos tenho registo de GPS, graças a ter comprado um PDA HTC P3600, dotado de navegação por GPS. Mas só agora me lembrei de criar um blog para dar conta da minha façanha. Todos os registos de GPS, acompanhados pelas fotos irão para o outro blog Rota da Costa. Não vou por fotos no Flickr, porque perdi a minha máquina fotográfica digital e as fotos do PDA não têm a qualidade que mereçam estar no Flickr. Deixo aqui o link para o site mostrando o percurso:
http://www.everytrail.com/view_trip.php?trip_id=6910
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Imified!
Dois pontos de escadaria opostos, o primeiro visto de baixo e o segundo de cima.
Não existe muita coisa para dizer, é sempre a história do costume: os políticos gostam de prometer, mas mesmo que cumpram, é sempre tarde e a más horas: é o que se passa com a Ecovia do Algarve, cuja inauguração estaria prevista, ao que parecia, neste mês de Novembro, ainda não se concretizou, com excepção do concelho de Tavira, onde o troço que atravessa o concelho da minha residência já está em pleno deste o passado mês de Julho, cujos 23 km tive oportunidade de experimentar no dia de hoje. Fui de comboio até à estação do Livramento e depois segui pela EN125 até ao início da Ecovia no concelho de Tavira : situado junto do lugar de Arroteia de Baixo, mesmo junto da estrada que marca a fronteira dos concelhos de Tavira e Olhão.
O lugar é engraçado para começar o percurso, porque ao fim da estrada chega-se a um parque de caravanismo e de armazéns de apetrechos de pesca, divisando-se ainda uma espectacular vista da barra da Fuzeta, que separa a ilha de Tavira da da Armona. Aqui tive oportunidade de experimentar uma visão apoteótica de quatro belos flamingos rosa de pescoço estendido a esvoaçar ao alvorecer. Pena não ter tido tempo de registar o momento em fotografia para a posterioriedade! Por falar em fotografias,
elas estão aqui:
Iniciando-se o percurso de bicicleta a sério um pouco mais acima, onde se encontra a placa respectiva, chega-se ao primeiro lugar interessante do ponte de vista natural depois dos tanques de aquacultura da empresa Timar, aí passa-se por cima de uma ribeira, através de uma ponte feita de propósito para a Ecovia - tive oportunidade de avistar flamingos, aves que não se vêm sempre todos os dias na ria. Continuando-se o percurso junto das salinas, atingi-se o lugar do Pinheiro, onde se encontra uma estrada de terra batida paralela à ria até junto da Torre de Ares, minarete que se julga provir do tempo dos romanos, quando a cidade de Balsa, considerada a antecessora de Tavira, se erguia naquele local. O percurso então afasta-se da Ria Formosa, regressando apenas à sua proximidade já depois de Tavira, no acesso ao Hotel Albacora, antigo Arraial Ferreira Neto. Aliás, não compreendo a decisão de evitar atravessar a marginal de Santa Luzia, já que fizeram isso em Cabanas, porque raio não atravessar a marginal de Santa Luzia, o percurso seria deveras mais estimulante, contando com a possibilidade de atravessar as salinas entre Tavira e as Quatro Águas. Mas não foi essa a decisão final dos responsáveis da Ecovia, cuja conclusão está dependente, entre outras confusões, das decisões individuais das entidades de cada concelho, responsável pela concretização do respectivo troço em cada concelho. Parece que os concelhos de Lagoa e Silves também já têm os seus troços em fase avançada, enquanto outros como Olhão se debatem com desacordos com os proprietários de terrenos privados. O concelho de Faro já delineou a execução do seu respectivo troço, mas parece que os conflitos com os proprietários privados em Olhão (ou a falta de vontade do respectivo autarca?) irá atrasar o troço em Olhão. Estou a ver que, em último caso, será necessário de Faro a Olhão pela EN 125 (!?!?!?!?). Sonho com a ocasião em que irei tirar uma semana de férias para fazer a Ecovia toda, de Sagres a Vila Real, quando ela tiver completamente concluída, mas isso será quando ???? Senhores políticos, decidam-se, afinal, já perderam o gosto em cortar fitas ?!?!?
Aqui fica uma resenha do trajecto, graças ao site everytrail.com:
Ecovia Tavira at EveryTrail
Map created by EveryTrail: GPS Travel Community
Falei
já há algum tempo neste blog a respeito de osgas, num artigo que por acaso é dos mais populares neste blog, pelo menos eu vejo que muitos internautas vêm cá parar quando procurar por expressões como "matar osgas" e no fim levam com as minhas razões que levam a deitar por baixo todos e quaisquer motivos que levam pessoas a delirar quando vêm uma inocente osga a fazer pela vida dela, agarrada a uma parede!
No lugar onde estou a trabalhar, uma inocente criatura dessas lembrou-se de passar por lá nas casas de banho um dia destes, e não que é uma senhora ou sei lá quem foi fez um escândalo em volta duma osga que teria visto ela ou outra pessoa qualquer que ia pelos vistos. Eu não assisti presencialmente à cena, mas fico a imaginar como teria sido um diálogo entre duas pessoas que deviam estar a "tomar conta" do caso:
-- Aaaaaiiiiiiiiiiii !!! Olha, ali, uma osga na parede!
-- Vamos chamar depressa o guarda para a matar, senão ela ainda acaba caindo na cara de alguém, e depois para a arrancar da cara vai ser o tu te avias!
E vai daí, as suas excelentíssimas senhoras chamaram alguém e foi vê-las discutirem durante cerca de uma boa meia-hora para onde teria fugido a dita osga! Eu tinha mais que fazer no meu trabalho, mas se tivesse mais tempo, teria entrado na discussão para defender a inocente osga, que não tinha feito mal nenhum, apenas estava fazendo para sobreviver, teve é o azar de se meter no interior de um edifício cheio de gente com aversão a osgas.
Este medo, que deriva de um receio de répteis mais generalizado como o medo de cobras, talvez um pouco mais justificado, porque as cobras essas sim podem matar (apesar de no nosso país a víbora ser raríssima!), mas, por falta de razões racionais, começam a invocar razões sem pé nem cabeça como se a osga cair em cima de alguém se agarra à pele e nunca mais deslarga. Como se não chega, ainda inventam que transmite doenças e tal... mas agora perder tempo para matar uma osga é demais.
Eu já dormi com mais de uma osga no meu quarto, já tive umas quantas nas minhas mãos, algumas vezes para as safar de situações como estas, e nunca me fizeram mal nenhum! Muito pelo contrário, não existe melhor protecção natural contra mosquitos do que ter uma osga dentro do quarto. Elas limpam a mosquitada toda. Não param quietas enquanto não dão a volta às paredes todas para limpar a mosquitada toda que poisa nas paredes! Por isso, para quê continuar a meter medo aos outros por um bichinho que não faz mal nenhum, só é benéfico. Agora o bicho homem, esse sim, é terrível, especialmente quando metes "minhoquices" (essas sim, muito perniciosas!) na cabeça sem razão nenhuma!
Lembre-me de ter contado uma história caricata
num post datado do princípio deste ano a respeito de um episódio de "presciência" que tive, que se veio a concretizar sob a forma de uma coincidência pouco agradável.
Pois é, este domingo tive outra, mas bem mais agradável. Ocorreu quando eu estava no centro comercial à hora do jantar. Como toda a gente sabe, os centros comerciais são lugares impossíveis aos fins-de-semana, visto que toda a gente se lembra dos ditos cujos não só para passear como para exercer o seu poder de compra. Pois o que se foi simplesmente isto: estava na fila para a pastelaria do centro comercial que até vou dizer qual é: é o Rio Sul, no Fogueteiro, quando dei de caras com um miúdo praí de... vou lançar um palpite: 5 ou 6 anos, que usava óculos e que me fez lembrar quando eu tinha a mesma idade, se bem que eu só tenha começado a usar óculos a partir dos sete quase oito anos. Por uns instantes senti-me a regressar à infância. O referido estava acompanhado da mãe que a uma certa altura lhe chamou pelo nome. E aqui é que ficou espantado... porque o miúdo tinha exactamente o meu nome ! Quer dizer... no meio de um centro comercial, foi logo dar de caras com um "clone" meu de menor idade e... ainda por cima com o mesmo nome! É que dá mesmo vontade de dizer: é cada com cada coincidência!
Quem nunca mentiu ao menos uma vez na vida não é uma pessoa normal
Às vezes, durante o dia, entre as dezenas de milhar de palavras estimadas que percorrem os nossos cérebros, existem algumas que convém registar. A que me ocorreu hoje (ontem, na verdade, dada a hora a que estou a escrever isto) é a seguinte:
"Não te preocupes em querer arranjar mais poder, o que importa é o que tu podes fazer."
Hoje, de amanhã, acordei horrorizado deparando-me que tinha companhia no meu quarto. Não, não era nenhum alien horrendo pronto para me eliminar, mas sim umas quantas mosquinhas da fruta, conhecida também pelo seu nome científico
Drosophila melanogaster, ou simplesmente drosófila. Não é habitual aparecerem estes éspecimenes no meu quarto, sendo mais vulgar ocorrerem na cozinha, principalmente junto de detritos orgânicos, que ocorrem vulgarmente no lixo. Ao contrário da mosca doméstica, a drosófila passa despercebida, exceptuando quando aparecem grandes enxames de cerca de umas dezenas que incomodam sobretudo ao olhar pela falta de higiene. Mas o voo da drosofila é práticamente silencioso e não se procuram agarrar às pessoas, de forma que passa relativamente despercebida. O problema é quando são muitas, incomodam um bocado vê-las a voar para cá e para lá. Fui à procura da solução do enigma da origem de dezenas de drosófilas a esvoaçar no meu quarto. E é que não descobri que havia uma casca de banana putrefacta no cesto do lixo? Comecei a imaginar todo o filme: uma drosófila fémea atraída pelo cheiro de uma banana putrefacta, e prenha pôs os seus queridinhos ovos na casca de banana. Ovinhos que deram origem a umas simpáticas larvas (que por acaso nunca me lembro de ver - gusanos de drosófila!), que se metamorfosearam em adultos praticamente ao mesmo tempo, o que comprova que são todas irmãs. Por muito bem, eu estava à espera de cometer um genocídio sobre este clã de moscas irmãs (ou melhor um insecticídio) com a ajuda do insecticida mais próximo, mas vou-me deixar estar, vou deixar que as coitadas morram de fome, para depois ter uma ideia de quantos dias elas subsistem (uma vez que no meu quarto não há detritos orgânicos que elas precisem!), o que vou começar a fazer é nunca mais deixar restos orgânicos no cesto do lixo no meu quarto. E vejam bem: uma simples casca de banana deu origem, através da reprodução e metabolismo, foi reprocessada para dar a origem a umas poucas dezenas de drosófilas simpáticas que agora esvoaçam alegremente pelo meu quarto. É o milagre da vida! Lá dizia o Lavoisier: na natureza nada se perde, tudo se transforma ! E graças a isso, já não estou sozinho no meu quarto!
Etiquetas: bananas, drosófilas, moscas, quarto