sábado, outubro 01, 2005

Battlestar Galactica - a ficção e os dias de hoje

A nova versão da Battlestar Galactica, trazido de volta ao activo pelo Sci-Fi Channel, 25 anos depois, contém toda uma série de questões do mundo actual que se encontra "embebebida", digamos assim, no argumento da série. A mais evidente é sem dúvida os novos Cylons, que podem assumir forma humana, podendo assim passar perfeitamente despercebidos por entre os humanos verdadeiros. Ora, isto é reminiscente do que passa nos dias de hoje, em que os terroristas vivem entre nós e podem, de um momento para o outro, perpetrar actos bárbaros no seio da comunidade onde viviam, traindo as expectativas das pessoas que os conheciam, e que os julgavam, nalguns casos, como cidadãos vulgares. Se forem visionadores assíduos da última série, lembrar-se-ão que existe um episódio que esta analogia salta descaradamente à vista. No 5º episódio da 1ª temporada, "Litmus", um cylon humano faz-se de "homem bomba", completamente carregado de bombas dos pés à cabeça. Realmente, parte da receita de sucesso de uma série televisiva passa por integrar a realidade dos dias de hoje, de forma que os espectadores experimentem os seus receios e dúvidas que não são apenas seus, mas integram o inconsciente colectivo da humanidade dos dias de hoje. Para além deste pormenores, os produtores da nova série entendar aos cylons humanos mais do que simples carne, osso e pele humana: os cylons são crentes na existência de um Deus que, através deles, fará a Humanidade das Doze Colónias pagar pelos seus pecados. Isto seria a justificativa do holocausto de um sistema solar inteiro por parte dos Cylons. Nada mais do que isto nos põe em presença do fundamentalismo islâmico de que a organização Al-Qaeda é a mais vil representante. Assim, os cylons humanos são perfeitamente humanos, mas têm um programa a cumprir: alguns deles nem são conscientes que são cylons, e alguns cumprem o seu programa sem estarem sequer conscientes disso. Ora, também os terroristas islâmicos vêm imbuídos de uma missão, que é perpretar os seus actos, sem questionarem sequer a razão ou as consequências dos seus actos, assemelhando-se assim, aos "cylons" da Galactica. Muitos mais paralelos podem ser estabelecidos, e eu aqui limitei-me a referir apenas uns poucos. Os que eu voltar a relembrar, irei explorar em futuros artigos.