segunda-feira, março 14, 2005

Ao momento que nunca mais chega...


Entre isto e aquilo
Entre o tudo e o nada
Estou eu sempre
A vacilar

E não sei para onde
Me hei-de voltar

Chegará aquele momento
Pelo qual eu tanto anseio
Chegará mesmo?

Meu Deus, eu peço-te por favor
Que esse momento me chegue
Assim que tu entendas
Que seja a altura devida

No fim, e eu fico
Nunca mais vem
Quando virá?

Nestas linhas escrevo eu
Aquilo que em prosa
Muitas daria

Os poemas são simples
E por isso há que sempre
Neles haver algo de bulimia

Samuel Viana (Biologia)

In Jornal improp, nº 57, Série VII, Ano XXV, Outubro de 1996, da Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.